Thursday, April 24, 2008

sem título

sentes o mar
até que a saliva se tange
de sal,
de vida,
de amor,

sopras as velas interiores,
enches pulmões e alma
de vento,
horizontes,
de cor,

lastimas exangue a ignorância
nuclear do teu vazio
de ti,
dos outros,
da dor,

cantas ao vento,
contra deuses e poderes,
foste sempre o erro de quem não erra,
soubeste que ser poeta é elevar aos céus
os sentidos da terra.

Thursday, April 10, 2008

tu

vieste amanhecer-me
e agora sou um campo pleno
brilha dourado
ondula sereno

deita-me as sementes como beijos,
quando te deitares a meu lado.

percorre-me de mãos dadas com o silêncio,
os caminhos do vento que me esculpiu.