A terra molhada dourada pelo sol ainda soava à música que tinha tocado toda a noite. Os tambores da terra troaram persistentes enquanto a feiticeira da aldeia promovia a liturgia floral e os homens e mulheres choravam.
A fogueira de chamas vivas deixara no seu lugar as brasas mortas.
Não muito longe, ela preparava a cama com os lençóis de seda do oriente trazida por ventos encomendados, após ter guardado as oferendas do povo num altar pouco próprio, espalhado sobre uma mesa de madeira-carmim importada que se prostrava na divisão de marfim em que cozinhava. Na noite seguinte teria beterraba azul e quimera fresca para o manjar.
No sopé da encosta, onde ainda não raiava luz, nas casas pobres de lama e pedra-vítrea, pais e mães comiam pão antigo e para os quatro filhos um figo. Da sua janela, via-os sem compaixão.
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