passando os dedos no jornal,
vejo letras pretas
que contam negras histórias do meu mundo
e quando sorvo o café,
revolta-me não estar sujo
da mesma lama,
do mesmo sangue,
exausto do mesmo esforço,
sôfrego do mesmo ar,
faminto pelo mesmo arroz,
morto pelas mesmas balas.
e eis... que,
na verdade, estou.
sujo, sim.
doente está porém quem nas mãos traz o jornal e na alma
a indiferença.
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1 comment:
palavras fortíssimas!
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