Friday, March 13, 2009

o que eu queria mesmo
era poder esculpir um poema
como quem esculpe uma pedra
conhecer-lhe a dureza,
a clivagem e a partição,
a estrutura,
poder escoprá-lo, dar-lhe um nome, uma cor.

retocar-lhe uma aresta,
até que a rocha bruta se me surja
em estrofes e versos
com a luz da manhã
e rimas alternadas
de minerais, metáforas e cristais.

lembrei-me entretanto,
que não sei escrever na pedra,
nem esculpir no papel.

2 comments:

Anonymous said...

Belíssimo o teu poema!

Esculpiste a palavra certa
primorosamente cinzelada
na pedra agora desperta
em folha sem arestas de...nada!

abraço

leal maria said...

belo poema!!