Friday, March 28, 2008

pedras contra canhões

a ofensiva dirigida erguida edificada
não é mais alta que a muralha
dos nossos corpos levantados numa só alma.

a lama negra em que rastejam
os canhões que nos apontam
os silvos de medos com que nos matam
não são mais robustos que a couraça resistente dos que gritam.

as sereias lancinantes da exploração
o massacre moral da religião
o arame farpado social da comunicação
não cobrem os olhos abertos dos que lutam.

a vigilância, a atenção, os sentidos alerta
não deixarão firme a torre da violência
e quebrarão, como ondas quebram rochas,
a vossa malha que tanto aperta.

vem, sai à rua, com as pedras na mão,
não há revestimento que salve aquele canhão!

2 comments:

Sérgio Ribeiro said...

Até podias acabar, mas em nota de pé de página para não desarranjar o ritmo do poema, com as últimas estrofes do hino nacional...
Um abraço camarada

josé manangão said...

mais que uma Poesia:-é um incitamento à insoberdinação e à revolta, à libertação!
Gostei!
Manangão