Muros e casas erguidas num desnível de colinas
Cidade escura de almas à deriva pelas artérias escondidas
Em ti escondem-se sorrisos
Nas janelas perdidas.
Encerras a amargura do olhar
De tantos quantos desde a manhã
Ficaram para te amar.
Tens a certeza de abraçar
Uma pobreza tão vasta como o mar
E no teu rio passeiam nuvens
Dos homens que viste passar.
Podes esconder-te no cinzento das tuas ruas
No envidraçado céu que te cobre
Mas em ti vibram cantos de guitarras
E sobem mares de saudade.
Lisboa, ensina-me a morte e a vida
Que desprezei desde aquele instante em que te vi
Ensina-me as flores que te habitam as pedras da calçada
Ensina-me o brilho dos olhos chorosos das tuas mulheres
E o sabor do teu vento no rosto da minha.
Ensina-me a percorrer-te como se fosse o teu sangue,
Eu e as tuas gentes.
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