Friday, September 22, 2006

germinar na morte

caminhávamos de mãos dadas, os braços junto aos pulsos envolviam-se em trança. em nosso redor estendiam-se os campos vermelhos do sangue da guerra que ainda se sentia.
os homens e muitas mulheres foram ali trespassados pelas suas próprias lanças, derramando entranhas aos corvos do dia seguinte.

ainda não tinham verdejado novos rebentos no campo. nem a mandrágora aparecia ainda rente ao chão dos enforcados. mas nós… nós já caminhávamos de mãos dadas.

3 comments:

MJ said...

gostei

Sérgio Ribeiro said...

Eu também!
Conheces o poema do Papiniano Carlos de "mãos dadas, caminhos serenos"?
Abraços camaradas

miguel said...

não conheço. mas vou já procurar!
abraços