Mesmo com a chuva cá fora a cair
o caminho continua,
repetem-se os passos
de um trilho que não tem onde ir
fechado pelas sombras das fachadas
dos edifícios e pelos vultos das almas cinzentas
a cidade olha-nos
solidária com as dúvidas que trazemos
no peito, nos olhos, nas mãos frias
que acendem o cigarro de inverno
com uma existência de fogo
e em nós, crescem as gotas do desassossego,
e olhamos para aqui, para ali, para fora, para dentro
e a coragem de olhar para nós passou
como um fantasma de comboio.
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