vergados no campo
o peso do sol nos dorsos morenos
e as mãos envelhecidas
de dedos talhados
em lascas de madeira
pelas torcidas
tardes entre a poeira
nevoada do trabalho.
tarde, manhã,
tarda a terminar
a jornada interminável
manhã, tarde,
já não nasce tristeza nos campos,
nem resignam as mãos,
nem dorsos vergados,
não morrem ali talhados os dedos
nem os rostos das mulheres,
nem os olhos negros
deixam de olhar o horizonte
de dias melhores.
dorsos morenos,
nus nos homens
sob o lenço das mulheres,
rostos erguidos
horizontalmente no futuro
vertical da humanidade
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