vi os teus olhos entre
os raios da luz espaçada por negro
da noite
entre as apertadas paredes da calçada
e mesmo antes do feitiço tinhas alma encantada.
um espectro de deus sem cruzes,
nem tormentas,
sem tortura nem penitência,
cruzaste a brisa quente do meu rio
e tremeste as chamas dos candeeiros
da ladeira original.
um colapso de expansão,
percorreu-me, como uma canção
das próprias águas calmas do meu mar,
e agora rezo a um deus que mora só no meu coração,
sentado nas pedras tristes deste chão.
choro o teu encanto que te levou,
rezo por um amor que nasceu,
me fez amplo e desejar a alva
para contemplar o voo do teu véu.
rezo ao deus que não desfez
feitiços nem quebrou a dura vontade
de um mouro morto e frio,
choro por uma mulher que chora por mim,
em encanto encarnado na sua desencarnação.
rezo ao sol que se levanta sem te poder iluminar,
porque a sombra de uma mão maior que eu te escondeu,
espero-o pela sua porta donde avisto meu leito e seus barcos
que não tornarei a pisar,
choro à pedra que me dizem ter-te escondido,
e que mais não me dá senão um grito já mudo.
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