Porque choras, poeta sem papel?
Porque rezas, derramando sobre o empedrado
as lágrimas do teu rio salgado?
Porque ficas procurando numa busca sagrada
as portas do Sol,
esperando os raios encantados dos cabelos morenos,
e dos olhos moiros que viste na noite
pela calçada mal iluminada?
Espera, cristão,
que nenhum deus te acode.
A taberna, na ladeira estreita,
está deserta de olhos negros,
de lendas de mulher perfeita.
Restam-te dias e anos,
e uma pedra furada
que te acompanhará no nascer do sol,
a nascente sobre o rio triste
em que pescavas.
A moira chora, também
mas as pedras dessa ladeira
que chora contigo,
não a verão mais passar nas noites escondidas.
Espera, Cristão
que nenhum deus te acode.
E o teu amor durará para lá da luz
das portas do Sol que ficarão para o lembrar.
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